O Plano Diretor Estratégico de São Paulo de 2002, determinou a região em uma ZEIS. Nesses locais, o governo é responsável por organizar a demanda local junto com os moradores, mobilizar um financiamento e promover melhorias urbanísticas na favela. O Plano Diretor garante que a finalidade do terreno deve ser de 40% para habitação, 40% para o comércio e 20% de uso livre. As famílias só poderiam ser removidas para outro local se permanecerem no perímetro do bairro. Durante o debate no segundo turno entre Kassab e Marta, o atual prefeito afirmou que seriam construídos prédios no lugar da favela para acolher os moradores.Passei a acreditar na promessa de Kassab, e observei no começo desta semana o início da remoção dos moradores. Com o trator passando por cima dos barracos, as pessoas assistiam do outro lado da rua a demolição de seus sonhos. Alguns começam a olhar com esperança a construção de moradias decentes, mas a permanência na área está em debate com a prospota enviada pela Prefeitura á Câmara dos Vereadores que muda uma regra importante das Operações urbanas.
As mudanças contidas na revisão do Plano Diretor, dá a Prefeitura o direito de tirar moradores de qualquer terreno desapropriado e instala-los em conjuntos habitacionais a serem erguidos na periferia. Já ficou clara que a intenção de Kassab era mandar para bem longe as famílias da favela jardim Edite. Em 2007, a Prefeitura ofertou duas propostas: a primeira "presenteia" a família com cheques-despejo cujos valores variavam de R$ 5 mil a R$ 8 mil. A segunda ofereceu moradia em outros locais, como o conjunto habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no Campo Limpo (extremo da Zona Sul), e no conjunto José Bonifácio (extremo da Zona Leste), da Companhia Metropolitana de Habitação(Cohab)
De acordo com a Associação de Moradores do Jardim Edite, cerca de 396 famílias saíram da favela após as ofertas da prefeitura. A maior parte aceitou os cheque-despejos; aproximadamente 77 famílias optaram pelos conjuntos habitacionais. Hoje, 420 continuam no local, com apoio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.A comunidade do Jardim Edite começou a se instalar no local na década de 70 e metade das famílias residem na área há mais de 10 anos. Antes de qualquer discussão sobre a área, tem de haver o respeito as famílias. A maioria da população da favela é gente de bem, trabalhadora, e que se mata de sol-a-sol para garantir seu sustento. É necessário somente um pouco de bom-senso para barrar a revisão no Plano Diretor, que além de prejudicar os moradores de favelas, permite as construtoras e investidores erguerem prédios de altura superior aos limites de determinados bairros.
Claro que a Prefeitura não ia ficar de bobeira. Ela recebera dinheiro das empresas para fincanciar obras públicas. É um grande jogo de interesses que coloca mais uma vez o lado mais fraco em desvantagem. Estou acompanhando o que vai acontecer. Um dia volto a falar novamente deste assunto que tira o sono de muita gente.
Fotos de Fabrício Amorim
Fontes:Estado de São Paulo / G1 / Terra
Veja o link: http://farofaapimentada.blogspot.com/2009/03/vizinhos-de-altos-interesses.html
O Edith era um ótima lugar de se viver..
ResponderExcluirMorei la durante 15 anos, hoje tenho 18.
Sinto muita falta de la.. la aprendi oque eh certo e errado, mesmo convivendo com a violencia perto de casa..
Mas mesmo assim, tinha muita amizade com o pessoal de la. Pessoas humildes e dignas.. que sentiam orgulho de morar la.
O Jd Edith ficara para sempre em minha memoria. Saudades da favela... descanse em paz :(
Por: Carol Loirinha